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NA MEDIDA CERTA

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Uma das mais importantes funções de pais e mães é orientar seus filhos, colocando limites em diversas situações na medida certa, o que os ajuda a lidar com a frustração e a raiva de não conseguirem o que querem. Mas, com a formação da personalidade e temperamento da criança, esses sentimentos podem, vez outra, não ser contidos, resultando em birras, gritos, agressividade e até transgressão das regras impostas.

Daí vem a seguinte questão: como lidar com este mau comportamento? Muitos pais recorrem a broncas mais severas, seguidas de castigo. Mas o grande desafio é conseguir repreender o filho deixando de fora a raiva pessoal que pai e mãe, que também são humanos, sentem naquele momento.

Afinal, o problema não é a reprimenda em si, mas as maneiras como elas podem ser aplicadas. “Quando for realmente necessária a bronca, deve ser breve e dirigida ao motivo que a gerou apenas, sem ataques pessoais à criança”, explica a psicóloga Joslaine Werner.

EM PRATOS LIMPOS

Segundo a especialista, quando os limites são claros, a cobrança fica mais fácil e a criança entende melhor o que está sendo pedido a ela. Porém, muitas vezes os pais se arrependem depois de uma briga ou bronca nos filhos e procuram compensar com presentes, permissividade e outros mimos. “O resultado desse comportamento dos pais, em geral, é a perda da autoridade ou do respeito aos limites impostos aos filhos, que associam que podem burlar as normas e ainda receberão recompensas depois da bronca.

Portanto, é essencial que, antes de repreender a criança, os pais deixem bem claro o que não permitem e os motivos para isso”, diz. “Tanto a bronca quanto o arrependimento são demonstrações de amor e preocupação com o futuro das crianças.

Nesse sentido, o importante é que os pais sejam absolutamente sinceros com eles mesmos e com os filhos e tentem minimizar as consequências da briga e do arrependimento. Compensações não resolvem esse problema. O que deve ser feito é conversar sobre o acontecido e deixar claro em que cada uma das partes se excedeu e como fazer para evitar que isso se repita”, finaliza Joslaine.

O PODER DA PALAVRA

No momento em que os pais estão dando bronca nos seus filhos, normalmente quando saem do sério, algumas palavras duras podem ser utilizadas, acarretando em um prejuízo emocional mais profundo para a criança. “Devemos sempre evitar ofensas pessoais, palavras que diminuam a autoestima, agressões verbais e físicas.

Deve-se ter em mente sempre que o que está sendo questionado é a atitude ou o comportamento e não a pessoa. Dessa maneira, fica claro que a decepção foi com determinada ação do filho, e não ele em si.

Dessa forma, a criança também percebe o erro e aprende a evitá-lo. Não se deve, por exemplo, fazer afirmativas do tipo: ‘você é teimoso’ ou ‘você é bagunceiro’, mas ‘você fez bagunça’, ‘você teimou’”, ensina a psicóloga.

PAPO ABERTO

A melhor forma de conversar com os filhos para que eles compreendam o que é certo ou errado é por meio do diálogo franco e do exemplo. Joslaine comenta que respostas como “não”, “não pode” ou “não quero”, sem que os motivos sejam explicados, geram curiosidade na criança, que não absorve a noção do que é o não. “Existem, inclusive, estudos que apontam que o nosso cérebro não capta o não. Se isso acontece no cérebro adulto, imagine como é na cabecinha de uma criança, então o melhor é ensinar sempre com afirmativas, exemplos e razões”, revela.

Mesmo que a palmada seja proibida por lei, sabemos que muitos pais recorrem a ela na hora de extrema necessidade ou desespero, quando já não conseguem exercer controle sobre os filhos só com as palavras e ameaças de castigo. Porém, a psicóloga lembra que não existem provas de que essa atitude seja eficaz. Muito pelo contrário: “A criança entende que a agressão física, por mais leve que seja a palmada, é uma maneira que os pais têm de demonstrarem que não aprovaram uma situação. E, ao crescer, o filho irá repetir essas agressões ao tentar resolver situações adversas, já que, quando menor, aprendeu que pode fazer valer a sua vontade por meio da força física.

Por outro lado, a criança se sente inferiorizada, posto que é menor e mais fraca que o adulto que a agride, e esse sentimento faz com que a sua autoimagem seja prejudicada”, frisa Joslaine.

As broncas muito longas e frequentes também são ineficientes. A criança que é submetida a constantes broncas, castigos, punições e reprovações tem a sua autoestima seriamente afetada e pode crescer se sentindo inferior, incapaz e insegura.

DE OLHO NOS SINAIS

Os pais precisam compreender que, em muitos casos, a atitude dos filhos pode ser o resultado da sua própria falta de atenção. “Quando a criança não recebe atenção e dedicação dos pais e percebe que aprontando consegue ser notada, mesmo que de maneira negativa, consequentemente ela irá fazer algo ‘errado’ apenas para chamar a atenção. Para ela, o importante é ser ouvida, mesmo levando bronca”, explica a psicóloga.

Outro ponto que pode ser prejudicial para o amadurecimento da criança, de acordo com Joslaine, são as comparações entre irmãos, vizinhos ou colegas, por exemplo. “Se for frequente a comparação e se colocar o colega, irmão ou vizinho como melhor que a criança, ela se sente inferiorizada e com a autoestima rebaixada. Pode se tornar um adulto inseguro e ter dificuldades para desenvolver seu potencial. O contrário também é verdadeiro: se enaltecer a criança em detrimento de outras, ela pode se sentir melhor que os colegas e se supervalorizar, prejudicando também o seu saudável desenvolvimento. Portanto, deve- -se elogiar e criticar no momento certo e na medida justa. ”

É também preciso evitar as broncas em público, que podem se tornar um grave problema. “Assim como em todos os relacionamentos, devemos seguir a máxima da etiqueta, que nos diz que devemos sempre fazer elogios em público e críticas em particular. Na educação das crianças, isto é ainda mais verdadeiro, pois não se deve expor as dificuldades ou as falhas dela em público para que ela não se sinta ridicularizada.

Este ato gera um bom desenvolvimento da sua personalidade e colabora para que seja um adulto seguro, proativo e que se submeta às regras que irá experimentar em diversas situações da vida”, finaliza Joslaine.

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